domingo, 28 de fevereiro de 2010
Anhanga
O Anhanga é um veadinho encantado, branco como a neve e brincalhão, vê tudo o que acontece na floresta, protege as matas, não permitindo maldades. Persegue e castiga todos aqueles que caçam filhotes os mães de filhotes que ainda estejam sendo amamentados. Alguns estudiosos do folclore Brasileiro consideram-no protetor da fauna e flora, portanto muito querido pelos habitantes da floresta. Brinca com todos, desde as lindas borboletas coloridas, até aos mais ferozes vertebrados, nunca se machuca ou morre.
Em noites de luar, ele pode ser visto vagando pela floresta. Segundo a mitologia popular, qualquer pessoa atacada por um animal selvgem, pode salvar-se gritando: ''Valha-me Anhanga''.
O Saci gostou da história.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
A lenda do Diabinho da Garrafa
O diabinho da garrafa é também conhecido como Famaliá, Cramulhão, Capeta da Garrafa, entre outros nomes.
É uma lenda que veio para o Brasil herança do folclore Português. Na Bahia desde 1591 ouve-se falar dessa lenda.
Inicialmente, chamavam o mesmo de "Familiar" ( diabinho familiar) mas, com o tempo, o nome foi mudando até que se ficou conhecido como "Famaliá".
Dizem tratar-se do pacto de uma pessoa com o diabo. O pacto consiste, na maioria das vezes, em uma troca, a pessoa pede riqueza em troca sua alma fica pertencendo ao diabo.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Papa Figo
O Papa Figo, ao contrário dos outros mitos, não tem aparência extraordinária. Parece mais com uma pessoa comum. Outras vezes, pode parecer como um velho esquisito que carrega um grande saco às costas.
Na verdade, ele mesmo pouco aparece. Prefere mandar seus ajudantes em busca de suas vítimas. Os ajudantes por sua vez, usam de todos os artifícios para atrair as vítimas, todas crianças claro, tais como; distribuir presentes, doces, dinheiro, brinquedos ou comida. Eles agem em qualquer lugar público ou em portas de escolas, parques, ou mesmo locais desertos.
Depois de atrair as vítimas, estas são levadas para o verdadeiro Papa-Figo, um sujeito estranho, que sofre de uma doença rara e sem cura. Um sintoma dessa doença seria o crescimento anormal de suas orelhas.
Diz a lenda, que para aliviar os sintomas dessa terrível doença ou maldição, o Papa-Figo, precisa se alimentar do Fígado de uma criança. Feito a extração do fígado, eles costumam deixar junto com a vítima, uma grande quantia em dinheiro, que é para o enterro e também para compensar a família.
Origem: Mito muito comum em todo meio rural. Acredita-se que a intenção do conto era para alertar as crianças para o contato com estranhos, como no conto de Chapeuzinho Vermelho.
Visconde gostou da história.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Tutu Marambá
Pelo estudo que dele fez Valle Cabral, em suas preciosas “Achegas ao estudo do folk-lore brasileiro” (Gazeta Literaria”, 1884, págs. 346-350), sabe-se que na Bahia foi corporificado num porco-do-mato (caitetú ou catitú), talvez pela semelhança desse nome tupico com o vocábulo kimbundo. Recebeu, quer ali, quer em outros pontos do Brasil, onde penetrou, vários acréscimos, que figuram em poesias populares, da Bahia (98) e de alhures. Assim é que passou a ser tutú-zambê ou tutú-cambê, tutú-marambaia, tutú-do-mato ou bicho-do-mato. Bicho, com efeito, no mais restrito dos seus sentidos de aplicação a seres fantásticos, é sinônimo de tutú.
Todos gostaram da história.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Mapinguari
Os cientistas ainda desconhecem essa criatura. Uma hipótese que explicaria a existência do Mapinguari, sugerida pelo paleontólogo argentino Florentino Ameghino no fim do século XIX, seria o fato da sobrevivência de algumas preguiças gigantes (Pleistoceno, 12 mil anos atrás) no interior da Floresta Amazônica.
Entre muitos, o ornitólogo David Oren chegou a empreender expedições em busca de provas da existência real da criatura. Não obteve nenhum resultado conclusivo. Pêlos recolhidos mostraram ser de uma cutia, amostras de fezes de um tamanduá e moldes de pegadas não serviriam muito, já que como declarou, “podem ser facilmente forjadas”.
Pedrinho gostou da história.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Boto
A lenda do boto é uma lenda da Região Norte do Brasil, geralmente contada para justificar uma gravidez fora do casamento.
Os botos são mamíferos cetáceos que vivem nos rios amazônicos. Diz-se que, durante as festaa juninas, o boto rosado aparece transformado em um rapaz elegantemente vestido de branco e sempre com um chapéu para cobrir a grande narina que não desaparece do topo de sua cabeça com a transformação.
Esse rapaz seduz as moças desacompanhadas, levando-as para o fundo do rio e, em alguns casos engravidando-as. Por essa razão, quando um rapaz desconhecido aparece em uma festa usando chapéu, pede-se que ele o tire para garantir que não seja um boto. Daí deriva o costume de dizer, quando uma mulher tem um filho de pai desconhecido, que ele é "filho do boto".
Emília gostou da história.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Serenatas
Serenata é um tipo de música que abrange trechos musicais de pequena duração, usualmente cantados, tocados à noite, de preferência debaixo de uma janela e dedicados a uma donzela. Um dos estilos mais marcantes é o das serenatas feitas por estudantes e ex-estudantes universitários. Na tradição portuguesa e latina, existem diversos tipos de grupos musicais que executam este gênero de acto cultural, com especial relevo para os grupos de fado de Coimbra, para as tunas e para os grupos de serenatas. Esta música costuma ser tocada a alguém que se ama como forma de declaração do seu amor.
A Narizinho adorou a história.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
O Pé de Garrafa
E quanto mais procuram menos o grito lhes serve de guia, pois, multiplicado em todas as direções, desorienta, atordoa, enlouquece. Então os caçadores acabam perdidos ou voltam para casa depois de muito esforço para reencontrar o caminho conhecido. Quando isso acontece sabem tratar-se do Pé de Garrafa. Logo poderão encontrar os vestígios inconfundíveis de sua passagem, claramente assinalado por um rastro redondo, profundo, lembrando perfeitamente um fundo de garrafa.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Iara ou Mãe D’Água
Ela é uma sereia, metade mulher (da cintura pra cima) e metade peixe (da cintura pra baixo).
Possui longos e lindos cabelos, alguns dizem que parece uma índia com cabelos negros, outros dizem que possui cabelos loiros ou até ruivos.
Ela hipnotiza os homens com o seu canto e com o seu olhar. Ao ouvirem seu canto lançam-se nas águas para irem ao seu encontro e na maioria das vezes acabam morrendo afogados.
Ela sai da sua casa no fundo do mar, ou do lago ou do rio, geralmente no final da tarde e surge linda e sedutora a procura de um companheiro.
É difícil um homem resistir ao seu canto hipnotizador ou à sua beleza. Por isso meninos ao se depararem numa situação dessas tapem os ouvidos e procurem não olhar para ela
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
A Cuca
A Cuca é sem dúvida, um dos principais seres do folclore brasileiro, principalmente pelo fato do personagem ter sido descrito por Monteiro Lobato em seus livros infantis e em sua adaptação para a televisão, o Sítio do Pica-Pau Amarelo. A Cuca se originou através de outra lenda: a Coca, uma tradição trazida para o Brasil na época da colonização.
Segundo a lenda, a Cuca é uma velha feia que tem forma de jacaré e que rouba as crianças desobedientes, sendo usado por muitas vezes como uma forma de fazer medo em crianças que não querem dormir.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Folclore da Região Sul: Saci (Monteiro Lobato)
Tio Barnabé era um negro de mais de oitenta anos que morava no rancho coberto de sapé lá junto da ponte. Pedrinho não disse nada a ninguém e foi vê-lo. Encontrou-o sentado, com o pé direito num toco de pau, à porta de sua casinha, aquentando o sol.
- Tio Barnabé, eu vivo querendo saber duma coisa e ninguém me conta direito. Sobre o saci. Será mesmo que existe saci?
O negro deu uma risada gostosa e, depois de encher de fumo picado o velho pito, começou a falar:
- Pois, seu Pedrinho, saci é uma coisa que eu juro que exéste. Gente da cidade não acredita – mas exéste. A primeira vez que vi saci eu tinha assim a sua idade. Isso foi no tempo da escravidão, na fazenda do Passo Fundo, do defunto major Teotônio, pai desse coronel Teodorico, compadre de sua avó dona Benta. Foi lá que vi o primeiro saci. Depois disso, quantos e quantos!…
- Conte, então, direitinho, o que é saci. Bem tia Nastácia me disse que o senhor sabia, que o senhor sabe tudo…
- Como não hei de saber tudo, menino, se já tenho mais de oitenta anos? Quem muito véve muito sabe…
- Então conte. Que é, afinal de contas, o tal saci? E o negro contou tudo direitinho.
- O saci – começou ele – é um diabinho de uma perna só que anda solto pelo mundo, armando reinações de toda sorte e atropelando quanta criatura existe. Traz sempre na boca um pitinho aceso, e na cabeça uma carapuça vermelha. A força dele está na carapuça, como a força de Sansão estava nos cabelos. Quem consegue tomar e esconder a carapuça de um saci fica por toda a vida senhor de um pequeno escravo.
- Mas que reinações ele faz? – indagou o menino.
- Quantas pode – respondeu o negro.
– Azeda o leite, quebra a ponta das agulhas, esconde as tesourinhas de unha, embaraça os novelos de linha, faz o dedal das costureiras cair nos buracos. Bota moscas na sopa, queima o feijão que está no fogo, gora os ovos das ninhadas. Quando encontra um prego, vira ele de ponta pra riba para que espete o pé do primeiro que passa. Tudo que numa casa acontece de ruim é sempre arte do saci. Não contente com isso, também atormenta os cachorros, atropela as galinhas e persegue os cavalos no pasto, chupando o sangue deles. O saci não faz maldade grande, mas não há maldade pequenina que não faça. Disse Tio Barnabé.
- E a gente consegue ver o saci?
- Como não? Eu, por exemplo, ja vi muitos. Ainda no mês passado andou por aqui um saci mexendo comigo – por sinal lhe dei uma lição de mestre…- Como foi? Conte…Tio Barnabé contou.
- Tinha anoitecido e eu estava sozinho em casa, rezando minhas rezas. Rezei, e depois me deu vontade de comer pipoca. Fui ali no fumeiro e escolhi uma espiga de milho bem seca. Debulhei o milho numa caçarola, pus a caçarola no fogo e vim para este canto pitar fumo pro pito. Nisto ouvi no terreiro um barulhinho que não me engana. "Vai ver que é saci!" – pensei comigo. E era mesmo.
Dali a pouco um saci preto que nem carvão, de carapuça vermelha e pitinho na boca, apareceu na janela. Eu imediatamente me encolhi no meu canto e fingi que estava dormindo. Ele espiou de um lado e de outro e por fim pulou pra dentro. Veio vindo, chegou pertinho de mim, escutou os meus roncos e convenceu-se de que eu estava mesmo dormindo.
Então começou a reinar na casa. Remexeu tudo, que nem mulher velha, sempre farejando o ar com o seu narizinho muito aceso. Nisto o milho começou a chiar na caçarola e ele dirigiu-se para o fogão. Ficou de cócoras no cabo da caçarola, fazendo micagens. Estava "rezando" o milho, como se diz. E adeus pipoca! Cada grão que o saci reza não rebenta mais, vira piruá.
- Dali saiu para bulir numa ninhada de ovos que a minha carijó calçuda estava chocando num balaio velho, naquele canto. A pobre galinha quase que morreu de susto. Fez cró, cró, cró… e voou do ninho feito uma louca, mais arrepiada que um ouriço-cacheiro. Resultado: o saci rezou os ovos e todos goraram.
- Em seguida pôs-se a procurar o meu pito de barro. Achou o pito naquela mesa, pôs uma brasinha dentro e paque, paque, paque… tirou justamente sete fumaçadas. O saci gosta muito do número sete.
- Eu disse cá comigo: "Deixe estar, coisa-ruinzinho, que eu ainda apronto uma boa para você. Você há de voltar outro dia e eu te curo".
- E assim aconteceu. Depois de muito virar e mexer, o sacizinho foi embora e eu fiquei armando o meu plano para assim que ele voltasse.
- E voltou? – inquiriu Pedrinho.
- Como não? Na sexta-feira seguinte apareceu aqui outra vez às mesmas horas. Espiou da janela, ouviu os meus roncos fingidos, pulou para dentro. Remexeu em tudo, como da primeira vez, e depois foi atrás do pito que eu tinha guardado no mesmo lugar. Pôs o pito na boca e foi ao fogão buscar uma brasinha, que trouxe dançando nas mãos.
- É verdade que ele tem as mãos furadas?
- É, sim. Tem as mãos furadinhas bem no centro da palma; quando carrega brasa, vem brincando com ela, fazendo ela passar de uma para o outra mão pelo furo. Trouxe a brasa, pôs a brasa no pito e sentou-se de pernas cruzadas para fumar com todo o seu sossego.
- Como? – exclamou Pedrinho arregalando os olhos.
– Como cruzou as pernas, se saci tem uma perna só?
- Ah, menino, mecê não imagina como saci é arteiro… Tem uma perna só, sim, mas quando quer cruza as pernas como se tivesse duas! São coisas que só ele entende e ninguém pode explicar. Cruzou as pernas e começou a tirar umas baforadas, uma atrás da outra, muito satisfeito da vida. Mas de repente, puf! aquele estouro e aquela fumaceira!… O saci deu tamanho pinote que foi parar lá longe, e saiu ventando pela janela fora.Pedrinho fez cara de quem não entende.
- Mas que puf foi esse? – perguntou.
– Não estou entendendo… É que eu tinha socado pólvora no fundo do pito – exclamou Tio Barnabé, dando uma risada gostosa.
– A pólvora explodiu justamente quando ele estava tirando a fumaçada número sete, e o saci, com a cara toda sapecada, raspou-se para nunca mais voltar.
- Que pena! – exclamou Pedrinho. – Tanta vontade que eu tinha de conhecer esse saci…
- Mas não há um só saci no mundo, menino. Esse lá se foi e nunca mais aparece por estas bandas, mas quantos outros não andam por aí? Ainda na semana passada apareceu um no pasto do seu Quincas Teixeira. E chupou o sangue daquela égua baia que tem uma estrela na testa.
- Como é que ele chupa o sangue dos animais?
- Muito bem. Faz um estribo na crina, isto é, dá uma laçada na crina do animal de modo que possa enfiar o pé e manter-se em posição de ferrar os dentes numa das veias do pescoço e chupar o sangue, como fazem os morcegos. O pobre animal assusta-se e sai pelos campos na disparada, correndo até não poder mais. O único meio de evitar isso é botar bentinho no pescoço dos animais.
- Bentinho é bom?
- É um porrete. Dando com cruz ou bentinho pela frente, saci fede enxofre e foge com botas-de-sete-léguas.
******
Não impressionado ficou Pedrinho com esta conversa que dali por diante só pensava em saci, e até começou a enxergar saci por toda parte. Dona Benta caçoou, dizendo:
- Cuidado! Já vi contar a história de um menino que de tanto pensar em saci acabou virando saci… Pedrinho não fez caso da história, e um dia, enchendo-se de coragem, resolveu pegar um. Foi de novo em procura do tio Barnabé.
- Estou resolvido a pegar um saci – disse ele – e quero que o senhor me ensine o melhor meio. Tio Barnabé riu-se daquela valentia.
- Gosto de ver um menino assim. Bem mostra que é neto do defunto sinhô velho, um homem que não tinha medo nem de mula-sem-cabeça. Há muitos jeitos de pegar saci, mas o melhor é o de peneira. Arranja-se uma peneira de cruzeta…
- Peneira de cruzeta? – interrompeu o menino – Que é isso?
- Nunca reparou que certas peneiras têm duas taquaras mais largas que se cruzam bem no meio e servem para reforço? Olhe aqui – e tio Barnabé mostrou ao menino uma das tais peneiras que estava ali num canto. – Pois bem, arranja-se uma peneira destas e fica-se esperando um dia de vento bem forte, em que haja rodamoinho de poeira e folhas secas. Chegada essa ocasião, vai-se com todo o cuidado para o rodamoinho e zás! – joga-se a peneira em cima. Em todos os rodamoinhos há saci dentro, porque fazer rodamoinhos é justamente a principal ocupação dos sacis neste mundo.
- E depois?
- Depois, se a peneira foi bem atirada e o saci ficou preso, é só dar um jeito de botar ele dentro de uma garrafa e arrolhar muito bem. Não esquecer de riscar uma cruzinha na rolha, porque o que prende o saci na garrafa não é a rolha e sim a cruzinha riscada nela. É preciso ainda tomar a carapucinha dele e a esconder bem escondida. Saci sem carapuça é como cachimbo sem fumo. Eu já tive um saci na garrafa, que me prestava muitos bons serviços. Mas veio aqui um dia aquela mulatinha sapeca que mora na casa do compadre Bastião e tanto lidou com a garrafa que a quebrou. Bateu logo um cheirinho de enxofre. O perneta pulou em cima da sua carapuça, que estava ali naquele prego, e "até logo, tio Barnabé!"
Depois de tudo ouvir com a maior atenção, Pedrinho voltou para casa decidido a pegar um saci, custasse o que custasse. Contou o seu projeto a Narizinho e longamente discutiu com ela sobre o que faria no caso de escravizar um daqueles terríveis capetinhas. Depois de arranjar uma boa peneira de cruzeta, ficou à espera do dia de São Bartolomeu, que é o mais ventoso do ano.
Custou a chegar esse dia, tal era a sua impaciência, mas afinal chegou, e desde muito cedo, Pedrinho foi postar-se no terreiro, de peneira em punho, à espera de rodamoinhos. Não esperou muito tempo. Um forte rodamoinho formou-se no pasto e veio caminhando para o terreiro.
- É hora! – disse Narizinho. – Aquele que vem vindo está com muito jeito de ter saci dentro.Pedrinho foi se aproximando pé ante pé e de repente, zás! – jogou a peneira em cima.
- Peguei! – gritou no auge da emoção, debruçando-se com todo o peso do corpo sobre a peneira emborcada.
– Peguei o saci!…A menina correu a ajudá-lo.
- Peguei o saci! – repetiu o menino vitoriosamente.
– Corra, Narizinho, e traga-me aquela garrafa escura que deixei na varanda. Depressa! A menina foi num pé e voltou noutro.
- Enfie a garrafa dentro da peneira – ordenou Pedrinho – enquanto eu cerco os lados. Assim! Isso!…
A menina fez como ele mandava e com muito jeito a garrafa foi introduzida dentro da peneira.
- Agora tire do meu bolso a rolha que tem uma cruz riscada em cima – continuou Pedrinho. – Essa mesma. Dê cá.
Pela informação do tio Barnabé, logo que a gente põe a garrafa dentro da peneira o saci por si mesmo entra dentro dela, porque, como todos os filhos das trevas, tem a tendência de procurar sempre o lado mais escuro. De modo que Pedrinho o mais que tinha a fazer era arrolhar a garrafa e erguer a peneira. Assim fez, e foi com o ar de vitória de quem houvesse conquistado um império que levantou no ar a garrafa para examiná-la contra a luz.
Mas a garrafa estava tão vazia como antes. Nem sombra do saci dentro…A menina deu-lhe uma vaia e Pedrinho, muito desapontado, foi contar o caso ao tio Barnabé.
- É assim mesmo – explicou o negro velho. – Saci na garrafa é invisível. A gente só sabe que ele está lá dentro quando a gente cai na modorra. Num dia bem quente, quando os olhos da gente começam a piscar de sono, o saci pega a tomar forma, até que fica perfeitamente visível. É desse momento em diante que a gente faz dele o que quer. Guarde a garrafa bem fechada, que garanto que o saci está dentro dela. Pedrinho voltou para casa orgulhosíssimo com a sua façanha.
- O saci está aqui dentro, sim – disse ele a Narizinho. – Mas está invisível, como me explicou tio Barnabé. Para a gente ver o capetinha é preciso cair na modorra – e repetiu as palavras que o negro lhe dissera.Quem não gostou da brincadeira foi a pobre tia Nastácia. Como tinha um medo horrível de tudo quanto era mistério, nunca mais chegou nem na porta do quarto de Pedrinho.
- Deus me livre de entrar num quarto onde há garrafa de saci dentro! Credo! Nem sei como dona Benta consente semelhante coisa em sua casa. Não parece ato de cristão…
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Folclore da Região Sul: Leucrotta
Uma Leucrotta adulta mede 2 metros de altura nos ombros, e pode atingir até 2,5 metros de comprimento.
Seu corpo assemelha-se ao de um cervo, com cauda de Leão e pés em forma de casco.
A cabeça lembra a de um Texugo, mas em vez de dentes, possui uma mandíbula óssea acinzentada, pontiaguda e cortante. Seu corpo é marrom.
Existem rumores de que a saliva das Leucrottas pode ser usada como antídoto para filtros do amor, mas nunca houve voluntários para testar a teoria.
Aparece em regiões isoladas.
Pedrinho gostou da história
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Folclore da Região Sul: Boi - Vaquim
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Folclore da Região Sul: Angoera
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Folclore da Região Sul: A Gralha azul
É um pássaro de grande porte, tem uns trinta e nove centímetros de comprimento. Vive no sul do Brasil (São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) mas, tornou-se particularmente famoso no Paraná.
Alimenta-se de filhotes de aves, ratos, uma porção de insetos, ataca as plantações, sendo o pinhão o seu petisco preferido e que vai torná-lo um pássaro útil e lendário.
Encontramos no Paraná, grandes florestas só de pinheiros como se tivessem sido plantados pelo homem. Os pinhais são valiosos e vão constituir uma rendosa indústria de estado.
Durante muito tempo, não se soube explicar como os pinheiros apareciam em grupo, em pontos afastados, sem que ninguém os plantassem. Hoje, já sabemos que esse reflorestamento é obra da gralha azul.
É uma ave previdente e esperta. Depois de alimentar-se, descascando os pinhões para comer a polpa nutritiva, enterra certa quantidade deles, para serem comidos mais tarde. Algumas gralhas morrem, outras esquecem onde enterram os pinhões, que acabam por germinar, produzindo grandes pinheiros.
É interessante observar como a gralha azul tira a cabeça da semente do pinhão, antes de enterrá-la, para evitar que apodreça ao contato com a terra. A extremidade mais fina é colocada para cima, o que favorece o desenvolvimento do broto.
Todas essas coisas fizeram nascer a lenda, de que a gralha azul é um pássaro, criado para proteger os pinhais. As espingardas dos caçadores, por este motivo, negam fogo, ou explodem, sem atirar, quando apontadas para esses maravilhosos animais.
Versão 2
Essa lenda paraense conta que, depois de ver um pinheiro sendo destruído, uma gralha ficou triste e subiu para o céu.
De lá, ouviu uma voz dizendo que a partir de então ela teria a cor azul e seria responsável por plantar pinheiros na terra.
Versão 3
Havia uma ave que ao ver uma palmeira em chamas, ficou triste e voou aos céus.
E ouviu uma voz que dizia assim: à partir de agora você será azul!
E deste dia em diante ela protege as palmeiras.
Dona Benta se emocionou com a história.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Folclore da Região Sul: Negrinho do Pastoreio
O Negrinho do Pastoreio (ou Fernando Fontão ou Juari) É uma lenda meio africana meio cristã .Muito contada no final do século antepassado pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É muito popular no sul do Brasil.
Nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões. Num dia de inverno, fazia frio de rachar e o fazendeiro mandou que um menino negro de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros que acabara de comprar. No final do tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando. "Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece", disse o malvado patrão. Aflito, ele foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou ele pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.
Na volta à estância, o patrão, ainda mais irritado, espancou o garoto e o amarrou, nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha.
E depois disso, entre os andantes e posteiros, tropeiros, mascates e carreteiros da região, todos davam a notícia, de ter visto passar, como levada em pastoreio, uma tropilha de tordilhos, tocada por um Negrinho, montado em um cavalo baio.
Então, muitos acenderam velas e rezaram um Padre-Nosso pela alma do judiado. Daí por diante, quando qualquer cristão perdia uma coisa, o que fosse, pela noite o Negrinho campeava e achava, mas só entregava a quem acendesse uma vela, cuja luz ele levava para pagar a do altar de sua madrinha, a Virgem, Nossa Senhora, que o livrou do cativeiro e deu-lhe uma tropilha, que ele conduz e pastoreia, sem ninguém ver.
Desde então e ainda hoje, conduzindo o seu pastoreio, o Negrinho, sarado e risonho, cruza os campos. Ele anda sempre a procura dos objetos perdidos, pondo-os de jeito a serem achados pelos seus donos, quando estes acendem um coto de vela, cuja luz ele leva para o altar da santa que é sua madrinha.
Quem perder coisas no campo, deve acender uma vela junto de algum mourão ou sob os ramos das árvores, para o Negrinho do pastoreio e vá lhe dizendo: "Foi por aí que eu perdi… Foi por aí que eu perdi… Foi por aí que eu perdi…". Se ele não achar, ninguém mais acha.
A Narizinho achou muito triste essa história.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Folclore da Região Sul: Festa da Uva
A Festa da Uva remonta aos inícios da colonização italiana no Rio Grande do Sul. Entre os primeiros imigrantes era hábito uma certa reverência à terra e à colheita, como elo de ligação entre as pessoas e como respeito pela dádiva do alimento. Em cada travessão, os primeiros núcleos de casas e plantações, realizavam-se comemorações por ocasião da colheita da uva e de outros produtos da terra.
Com o crescimento da colônia, estas primeiras festas agrícolas dispersas foram fundidas em uma única, a Feira Agro-Industrial, realizada em 1881, que ocupou duas salas no edifício da Diretoria de Terras. Outras edições ocorreram depois, em intervalos que variaram de dois a doze anos, utilizando outros espaços da então Vila de Caxias, como os salões do Clube Juvenil, do Recreio da Juventude e do Quartel Federal.
O Rabicó adora essa história.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Folclore Região Sul: Vanerão
Saci gostou da história.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Folclore da Região Sul: Rancheira
Rancheira é um estilo musical brasileiro, originada no meio rural. Apresenta variações regionais, sendo as mais importantes a rancheira gaúcha, com marcada influência do ritmo do norte argentino, e a rancheira sertaneja, originada no Sudeste do Brasil, mais especificamente no interior paulista, com ifluência de ritmos bolivianos e paraguaios.
A rancheira é também o nome da forma de dançar (bailar) que é adequada à música.
Todos gostaram da história.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Folclore da Região Sul: Xote
Xote (também escrito xótis, chóte ou chótis) é um ritmo musical binário ou quaternário e uma dança de salão de origem portuguesa. É um ritmo/dança muito executado no forró.
De origem alemã, a palavra "xote" é corruptela de "Schotisch", uma palavra alemã que significa "escocesa", em referência à polca escocesa, tal como conhecida pelos alemães. O Schotisch foi trazido para o Brasil por José Maria Toussaint, em 1851 e tornou-se apreciado como dança da elite no período do Segundo Reinado. Daí, quando os escravos negros aprenderam alguns passos da dança, acrescentado sua maneira peculiar de bailado, o Schotisch caiu no gosto popular, com o nome de "xótis" ou simplesmente 'xote'.
É uma dança muito versátil e pode ser encontrada, com variações rítmicas, desde o extremo sul do Brasil (o xote gaúcho), até o extremo norte, nos forrós nordestinos. Diversos outros ritmos possuem uma marcação semelhante, podendo ser usados para dançar o xote, que tem incorporado também diversos passos de dança e elementos da música latino-americana, como, por exemplo, alguns passos de salsa, de rumba e mambo.
Hoje em dia, o xote é um dos ritmos mais tocados e dançados em todo o Brasil.
Emília gostou da história.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Folclore da Região Sul: Pau - De - Fitas
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Folclore da Região Sul: Chimarrita
A chimarrita ou limpabanco, é uma dança típica do folclore gaúcho. Originária dos Açores e Ilha da Madeira, a chimarrita é uma das danças mais populares do fandango gaúcho.
Além do Rio Grande do Sul, a chimarrita também é dançada e cantada nos estados de São Paulo e Paraná, ao som de "harmônica" (gaita). Indumentária: traje à moda gaúcha.
Também se encontra a chimarrita no Uruguai, onde é considerada um dos ritmos de raiz mais populares.
A coreografia se apresenta sob três formas:
- o "Rufado" - simples dança, sem batidas dos pés no chão e das mãos;
- o "Valsada" - sem batidas dos pés e das mãos;
- o "Rufando" - onde os passos são valsados às batidas ritmadas das palmas e do sapateado.
Os figurantes se dispõem em filas e depois seguem assim, até formarem uma roda, um atrás do outro.
Dona Benta gostou da história.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Folclore Região Sul: Boi de Mamão
Trata-se de um auto em tom cômico, mas com um elemento central dramático: a morte e a ressurreição do boi. Apresenta elementos comuns com o bumba-meu-boi nordestino.
Figurantes - O boi-de-mamão inerentemente usa voluntários para protagonizarem o festejo, sendo que estes são postos sob as fantasias, que são feitas por uma armação de metal ou madeira e por pano.
Tio Barnabé gostou da história.