As canções de ninar, fazem parte do gênero lírico-narrativa e são em geral, caracterizadas por melodias suaves e repetitivas, com letras simples e rimadas, advindas dos primeiros habitantes do Brasil.
Gilberto Freyre em Casa Grande e Senzala, nos remete aos tempos coloniais, quando as amas de leite embalavam os filhos de seus senhores com cantigas, que mais serviam para amedrontar as crianças, do que para adormecê-las, visto que, tais cantos apelavam para entidades míticas e bichos aterradores, acentuado ainda pela transformação que as letras sofriam de acordo com a etnia, a região e a crença de quem as entoava. Fato esse abordado também por Antônio H. Weytzel. Como veremos nos versos cantados em Juiz de Fora, assinalando a questão do medo, da segurança e da alimentação:
Algumas letras, não enfocam somente os seres fantásticos e arrepiantes, elas abordam também a alimentação, o trabalho e a segurança imposta pela presença dos pais, como podemos observar nas quadrinhas abaixo:
1- Tutu marambá, não venha mais cá
Que o pai do menino, te manda matá.
2- Nana nenê, que a cuca vem pegá
Papai foi na roça, mamãe volta já.
3- Vem gato preto, de cima do telhado.
Comer esta criança, que não quer dormir calado.
4- João corta lenha, Maria mexe angu.
Tereza vai na horta, buscar o cariru.
Compadre vem jantá. Carne seca com angu.
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