O desenvolvimento consiste numa série de episódios, alguns já existentes nos ranchos de janeireiros e reiseiros portugueses, como o pedido de abrição de porta:
Abris a porta
Se quereis abrir
Que somos de longe
Queremos nos ir
A louvação aos donos da casa:
Senhor dono da casa
Olhos da cana caiana:
Quanto mais a cana cresce
Mais aumenta a sua fama
A louvação do Divino:
Deus te salve, casa santa
Onde Deus fez a morada,
Onde mora o cálix bento
E a hóstia consagrada
As marchas de entrada de sala:
Entremos, entremos,
Em jardim de fulô,
É do nascimento,
É do Redentor
E, no fim do auto, a ceia, em que se renovam os agradecimentos aos donos da casa:
O senhor dono da casa
É quem pode vestir véu
É quem se pode adorar
Debaixo do Deus do Céu...
E a despedida final:
Dono da casa
Adeus que eu me vou
Até para o ano
Se nós vivo for
Entre os primeiros episódios e os dois últimos, realizam-se as representações dramáticas (entremeios), característicos do bumba-meu-boi, as danças cantadas (peças) e as partes declamadas (embaixadas ou chamadas de Rei), estas últimas oriundas do bailado dos congos, bem como o episódio da guerra, por sua vez equiparável às várias danças rituais européias.
As cantigas dançadas apresentam-se nos mais variados assuntos e motivos. Antigamente, africanos:
Topei num vi, ô dalipá
Caramundelo, zumbi, mamde ô lá
Ou guerreiros:
Somos soldados
Vamos para a guerra
Costas com costas
Joelhos em terra
Atualmente, senteciosos:
Ô minha gente,
Reisado só de Viçosa,
Fazenda só cor de rosa,
Baiana só do Farol
Ô minha gente
Dinheiro só de papel
Carinho só de mulher
Capital, só Maceió
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