segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Folclore Região Sudeste: Garimpeiro


A primeira descoberta oficial de ouro no sertão recém-devassado só foi registrada por Antônio Rodrigues Arzão, possivelmente em 1693, no lugar chamado “Casa da Casca”.
Todavia, há poucas dúvidas de que Manoel Borba Gato, genro de Fernão Dias, e sua gente foram os primeiros descobridores de ouro em Sabarabuçu (hoje Sabará), Sertão do Rio das Velhas.
De qualquer forma, nos últimos dez anos do século XVII começou a corrida do ouro para as minas, surgidas principalmente em torno de Sabará e Caeté, Ouro Preto e Mariana, São João Del Rei e São José Del Rei (atual Tiradentes).
Em pouco tempo, os “descobertos” foram se enchendo de gente de toda a parte, sobretudo do Rio de Janeiro e Bahia, regiões mais populosas da Colônia, e também de Portugal.
Apesar dos métodos rudimentares de mineração, o historiador Sérgio Buarque de Holanda registra que as remessas de ouro de Minas para Portugal saltaram de 725 quilos em 1669 para 1.785 quilos em 1701 e para 4.350 quilos em 1703.
Quando escasseou e requereu técnicas mais apropriadas e intensificação da extração, Portugal não conseguiu impedir um maior ingresso de forasteiros, sobretudo portugueses.
Esse novo contingente muito mais numeroso, rico, preparado e ambicioso não demorou a fazer guerra aberta aos paulistas – a Guerra dos Emboabas, nome pejorativo que era dado aos portugueses recém-chegados a Minas, possivelmente por causa das polainas que usavam. O conflito, que durou de 1708 a 1709, teve lances heróicos, com os emboabas (aqui incluídos os baianos, cariocas e demais forasteiros) aclamando seu chefe, o fazendeiro português Manuel Nunes Viana, “governador de todas as Minas”. E teve lances trágicos, como a matança de paulistas na emboscada de Capão da traição, perto da atual Tiradentes.
Contudo a guerra resultou na organização administrativa e política da região, pelas autoridades coloniais. No dia 9 de novembro de 1709, foi criada a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. O primeiro governador, ou capitão-geral, foi Antônio de Albuquerque. Fundou em 1711 as vilas que mais tarde seriam Mariana, Ouro Preto e Sabará. De sua subdivisão surgiram em seguida as vilas que, hoje, são as cidades de São João Del Rei (1713), Caeté e Serro (1714), Pitangui (1715 e Tiradentes (1718).
Para o povo mineiro de então, a possibilidade de enriquecimento era cobrado muito caro por Portugal. Este queria, de qualquer jeito, os seus 20 por cento do ouro extraído (o quinto), além dos imposto e taxas que cobrava também sobre transações e tráfego de outras mercadorias. Por isso, o conflito era inevitável.
Em 1720, com o desdobramento da Capitania de Minas da de São Paulo, Vila Rica tornou-se o seu centro administrativo, passando a contar, em 1725, com casas de Intendência, para a fundição ouro e cobrança do quinto.

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