Personagem de grande importância na mitologia amazônica, principalmente no Pará, o boto é retratado como sedutor irresistível e grande fecundador. À noite, transforma-se em um moço bonito e namorador, branco ou vestido de branco, que bebe muito e vai às festas, onde dança com as moças e depois as seduz. De madrugada, volta para o rio e se transforma em boto de novo. As mulheres seduzidas engravidam e têm filhos normais, pelo que são atribuídos ao boto muitos filhos sem paternidade reconhecida. De olfato muito apurado, o boto vira as canoas que transportam mulheres menstruadas para possuí-las. Às partes do corpo de um boto abatido são atribuídas virtudes mágicas, curativas ou afrodisíacas. O olho, seco e especialmente preparado é usado para seduzir pessoas, homem ou mulher, olhando-se através dele. O boto também pode se transformar numa moça muito bonita que atrai homens até o rio e os leva para o fundo, de onde nunca mais voltam.
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