quinta-feira, 24 de março de 2011

Folclore da Bahia

Além de presenciar o descobrimento oficial do Brasil, a Bahia, foi testemunha ocular da fusão inicial da raça em todas suas variedades étnicas. É uma região que deve merecer a maior atenção e cuidados na verificação e colheita de material etnográfico.

Com um volume de escravos muito maior que em todo resto do Brasil, a Bahia tem no africano, como um dos mais legítimos responsáveis pela sua glória. Dessa forma, o negro seria um dominador em qualquer manifestação de espírito coletivo.

Mas, curiosamente, não se encontra essa aparente "amplidão" na influência negra.

Influente principal da religião, dogmas, tradições, protocolos, ávidos pelo sobrenatural, sendo parte importante nas estórias populares, nos contos infantis, nas danças, ritmos e melodias, o negro não o é na parte que se refere aos mitos.
  Nenhum ser fabuloso, animal fantástico ou ente amedrontador, é positivamente um documento africano, como o Lobisomem que nos veio da Europa ou o Curupira que nos deu o índio brasileiro.

Depois dos livros de Nina Rodrigues[2], Manuel Querino[3], Edison Carneiro[4]. a religião dos afro-brasileiros baianos está sendo posta sob nova luz e podemos calcular o tamanho de seu alcance na psicologia do mestiço. Mas no mito, na relação de seu processo de presença e finalidade, a influência do Negro, na própria terra baiana é quase nula. Um elemento de prova é o livro "Folclore no Brasil", onde o Sr. Basílio de Magalhães[5] comenta o material fixado pelo Dr. João da Silva Campos. "O contingente negro, entre os mitos pesquisados e coletados, é o menor no volume."

Mas, a maioria dos mitos tem adaptações dos mestiços negros. Escapa o Quibungo, mas este é ignorado pelas populações negras de Minas, Rio, São Paulo, Nordeste e extremo norte do país (Pará), ficando limitado à Bahia, que é sua única área de assombração.

Os coletaneadores de estórias africanas, nada sobre ele falam, tais como Ellis, Chatelain, Callaway e Junod. Uma característica do Quibungo é sua bocarra aberta verticalmente da garganta ao estômago. O mito ameraba Mapinguari surge, em alguns depoimentos, com esta mesma disposição. Quem poderá afirmar que a forma do Mapinguari foi influenciada pelo Quibungo e vice-e-versa?

Na Bahia os mitos de maior divulgação pertencem aos europeus e indígenas. São o Lobisomem, a Mula-sem-Cabeça, o Batatão, Batatá ou Biatatá, as Mães-de-Água, confundidas com os cultos iurubas, o Zumbi que é uma espécie de Curupira ou feiticeiro etc. Os mitos locais e secundários são apenas pedaços de adaptações de outros mitos, oriundos de outras regiões, sem nenhuma autenticidade ou originalidade.

Um comentário:

  1. ah,procurei tanto mais não é o folclore!Eu quero folclore!!!!!!!!!!para o trabalho da escola...

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