quinta-feira, 31 de março de 2011

Folclore do Espírito Santo

Região, cercada em maior parte pelo oceano Atlântico e Minas Gerais, e em menor pelo Rio de Janeiro e Bahia, foi inicialmente colonizada pelo mar, em ferozes e sangrentas lutas.
Apesar da maior fronteira com Minas Gerais, quando se falam dos mitos, esta não influenciou quase nada seus vizinhos menores, inclusive em povoamento. Já a presença do Rio de Janeiro, ao contrário de Minas, agitada com o movimento da escravaria e das plantações de açúcar, predominou no estado, em sua zona sul. Nesta região, onde Cachoeiro do Itapemirim é capital, onde negros e trabalhadores de pequenas indústrias e agricultura se estabeleceram, se processou intensa penetração de mitos.

Os núcleos do litoral foram influenciados pelos mitos de Portugal. A fronteira com a Bahia, deixou passar alguns vestígios da presença colonizadora e dos africanos que ali viviam.

O príncipe Max zu Wied-Neuwied, que os visitou, viajando por terra do Espirito Santo para a Bahia, através da fronteira, apesar de meticuloso e detalhista ao extremo como todo observador e pesquisador alemão, colheu dados insignificantes de religião e mentalidade social, especialmente mitos, quando se compara com aqueles coletados em outros aspectos.

O Espírito Santo tem os mitos europeus que chegaram através das suas praias. Esses são os mais nítidos. O povo indígena, especialmente os Botocudos, pela sua ferocidade, sempre se mantiveram afastados da civilização, assim seus mitos quase não foram difundidos e imaginamos apenas que se assemelham aos mitos Tupis, estes divulgados pelo contato mais amplo que tiveram com os colonos. Assim, a figura mais conhecida no interior do Espírito Santo é o Curupira, que é um duende de origem Tupi.

Desse modo os mitos do Espírito Santo são os de caráter geral. Lobisomem, Mulas-sem-Cabeça, Boitatás, Curupira. Não aparece o negro Zumbi baiano, mas o fluminense assim com o Saci-Pererê, ambos emigrados do sul para o norte. O Zumbi, com raras estórias, veio pelos escravos do Rio de Janeiro, porque só existem estes relatos nas proximidades dessa região de fronteira.

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