quarta-feira, 23 de março de 2011

Folclore de Alagoas

Alagoas, destacada de Pernambuco, conservou a herança do seu passado. Seus mitos são os mesmos da região, idênticos em processo de divulgação e explicáveis pelos valores étnicos de sua população.

Do lado sul, ainda fronteira com Sergipe, devia ter sofrido a influência da Bahia mas isso não ocorreu. Pernambuco era tudo, com seus "engenhos", escravaria, senhores e coronéis, lutas políticas.

A ligação com Pernambuco foi devido aos interesses, povoamento, tribos indígenas, meios industriais, todos os elementos convergiam, contínuo, prolongado. Os mitos vieram, ou melhor, se estenderam sem perder a ligação original.

Vivem, por isso, em Alagoas, os mitos gerais, portugueses e ameribas, comuns a Pernambuco. Os mitos locais são apenas diferenciações que o povo se encarrega de regionalizar, dando-lhes toques locais.

Lobisomem, Mula-de-padre, Fogo-Corredor, Pai-do-Mato, representando o Mapinguari amazônico ou o Olharapos português, Caipora, correm juntos aos mitos secundários, enfeitados pela imaginação local, Cachorra da Palmeira, Bicho da usina Uruba, o buraco-feito, o Anjo-corredor, e os seres que assustam crianças, o Papa-figo, o homem-do-saco e o Galafoice.

Embora Alagoas, que é historicamente produtora de açúcar, e com presença africana marcante, os mitos africanos, e mesmo mestiços, são raros e sem popularidade.

O Zumbi alagoano, o que tem prestígio, não é o Zumbi baiano, nem o dos Palmares. O Zumbi que se tornou popular, foi um ente que tomou uma forma inteiramente nova no folclore brasileiro: um zumbi que significa a materialização do espírito dos animais mortos.

O tipo que podemos ver nas estradas baianas ou nos arredores de Sergipe, não o encontramos em Alagoas.

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